Desenhar Casos de Testes - é mesmo importante?

Numa época em que vivemos cada vez mais atrás do tempo e que o mesmo se escapa entre as mãos, é infelizmente cada vez mais comum que a diferença entre as boas práticas e as práticas efectivas seja um fosso cada vez maior.

Desenhar casos de testes não é apenas uma formalidade; é um passo crítico e super importante para garantir a qualidade, segurança e confiabilidade do software.

Mesmo em ambientes ágeis ou de desenvolvimento rápido, onde pode até parecer que os casos de teste são uma etapa burocrática, a sua existência e qualidade podem fazer a diferença entre um lançamento bem-sucedido e uma falha catastrófica. Ou seja, um QA que investe tempo em desenhar casos de teste robustos e abrangentes está a contribuir diretamente para o sucesso do projeto.

Portanto, sim!

Desenhar casos de testes é extremamente importante no processo de qualidade de software e estas são algumas das razões pelas quais essa prática é essencial:

1. Cobertura abrangente

  • Identificação de cenários: os casos de testes ajudam-nos a garantir que todos os cenários possíveis, incluindo os menos óbvios, são considerandos e assim sejam testados. Isso inclui não apenas os cenários positivos (onde tudo funciona conforme é esperado), mas também os cenários negativos (em que o sistema deve lidar com erros ou entradas inesperadas).

  • Cobertura de requisitos: a criação de casos de teste a partir dos requisitos permite-nos garantir que cada requisito é verificado, aumentando assim a cobertura e consequentemente reduzindo o risco de falhas passarem despercebidas.

2. Consistência e reprodutibilidade

  • Resultados consistentes: com casos de testes documentados, os testes podem ser repetidos de maneira consistente por diferentes membros da equipa ou em diferentes momentos, garantindo que os resultados sejam sempre confiáveis.

  • Automatização: casos de testes bem estruturados são fundamentais (!!!) para a automação de testes. Sem um plano claro, a automatização pode ser difícil ou ineficaz.

3. Facilita a colaboração e comunicação

  • Clareza para todos: os casos de testes servem como documentação que pode ser referenciadas pelos programadores, pelos gestores de projeto, e outros stakeholders para entender o que está a ser testado e como.

  • Alinhamento da equipa: ajudam também a alinhar a equipa sobre o que é necessário testar e quais são as expectativas em relação aos resultados esperados.

4. Redução de riscos

  • Prevenção de defeitos: ao desenhar casos de teste antes do desenvolvimento de código começar, é possível identificar lacunas ou inconsistências nos requisitos, prevenindo dessa forma potenciais defeitos antes que os mesmos sejam codificados.

  • Identificação de problemas antecipada: testes bem definidos ajudam a identificar problemas no início do ciclo de desenvolvimento, onde são menos custosos (em questão de tempo e também de dinheiro) para corrigir.

5. Documentação histórica

  • Registo de testes realizados: ter uma base de casos de teste documentados serve como histórico de tudo o que já foi testado, facilitando auditorias e a compreensão do processo de QA.

  • Referência para manutenções futuras: Quando o sistema precisar de manutenção ou novos recursos forem adicionados, os casos de teste existentes podem ser adaptados e reutilizados, economizando tempo, esforço e dinheiro.

6. Facilidade na avaliação de impacto

  • Testes de regressão: quando o código é alterado, os casos de testes existentes ajudam a realizar testes de regressão para garantir que mudanças efectuadas não introduziram novos defeitos em partes do sistema que já estavam a funcionar corretamente.

  • Avaliação de risco: com casos de teste bem documentados, é mais fácil avaliar o risco de mudanças e decidir onde focar os esforços de teste.

7. Melhoria contínua

  • Feedback estruturado: os casos de testes permitem a recolha de feedback estruturado sobre como o sistema se comporta em diferentes cenários e condições, fornecendo assim dados importantes para melhorias contínuas.

 
Anterior
Anterior

QA FullStack

Próximo
Próximo

Gestão de Testes - porquê e para quê