Taxonomia de Defeitos

A taxonomia de defeitos é uma classificação hierárquica que agrupa defeitos de software em diferentes categorias e subcategorias com base nas suas características e causas.

Esta ferramenta facilita na análise de padrões de defeitos e na implementação de estratégias de prevenção e correção.

 

Importância da Taxonomia de Defeitos

Identificação sistemática

  • Facilita na identificação e classificação de defeitos.

  • Ajuda a entendermos a origem e natureza dos defeitos.

Análise de padrões

  • Permite fazer uma análise de padrões de defeitos recorrentes.

  • Ajuda na detecção de áreas problemáticas no desenvolvimento de software.

Priorização de correções

  • Ajuda a priorizar os defeitos reportados, com base na sua criticidade e frequência.

  • Permite desenvolver uma abordagem focada na correção dos problemas mais impactantes.

Melhoria Contínua

  • Fornece-nos dados para analisar a causa-raiz dos defeitos e trabalhar na prevenção de futuros defeitos.

 

Estrutura da Taxonomia de Defeitos

A taxonomia de defeitos pode variar dependendo do contexto e das necessidades da organização, mas normalmente inclui as seguintes categorias principais:

  • Defeitos Funcionais

    • Relacionados com o comportamento incorreto do software, em relação aos requisitos funcionais especificados.

      • Exemplo: Uma funcionalidade de cálculo que devolve resultados incorretos.

  • Defeitos de Desempenho

    • Relacionados com a velocidade, a capacidade de resposta e a eficiência do software.

      • Exemplo: Demasiado tempo no carregamento de uma página web.

  • Defeitos de Usabilidade

    • Relacionados com a facilidade de utilização e experiência do utilizador.

      • Exemplo: Interface do utilizador confusa ou difícil de utilizar.

  • Defeitos de Segurança

    • Relacionados com as vulnerabilidades do software com possíveis ataques e acessos não autorizados.

      • Exemplo: Falha na validação dos dados de login, que permite ataques de injeção de SQL.

  • Defeitos de Compatibilidade

    • Relacionados à incapacidade do software de funcionar em diferentes ambientes e plataformas.

      • Exemplo: Uma aplicação que não funciona corretamente num sistema operativo específico.

  • Defeitos de Confiabilidade

    • Relacionados com a frequência e a gravidade de falhas que podem acontecer durante a utilização do software.

      • Exemplo: Aplicação que bloqueia frequentemente, sem qualquer motivo aparente.

  • Defeitos de Manutenibilidade

    • Relacionados com dificuldade de manutenção e atualização do software.

      • Exemplo: Código fonte de difícil compreensão e manutenção, devido à falta de documentação e/ou má organização/gestão.

 

Exemplos Práticos de Aplicação

Exemplo 1: Software de comércio electrónico

  • Defeito Funcional

    • Descrição: A funcionalidade de cálculo do total do carrinho de compras está incorreta.

    • Categoria: Funcional.

    • Correção: Rever e corrigir a lógica de cálculo.

  • Defeito de Desempenho

    • Descrição: A página de checkout demora muito tempo para carregar.

    • Categoria: Desempenho.

    • Correção: Optimizar o código e melhorar a infraestrutura do servidor.

  • Defeito de Usabilidade

    • Descrição: Os botões de acção no carrinho de compras não são intuitivos.

    • Categoria: Usabilidade.

    • Correção: Redesenhar a interface do utilizador para existir maior clareza.

Exemplo 2: Sistema de Gestão Hospitalar

  • Defeito de Segurança

    • Descrição: Vulnerabilidade que permite o acesso não autorizado aos registos dos pacientes.

    • Categoria: Segurança.

    • Correção: Implementar medidas de segurança adicionais, como a autenticação de dois fatores.

  • Defeito de Compatibilidade

    • Descrição: O software não funciona corretamente nos dispositivos móveis.

    • Categoria: Compatibilidade.

    • Correção: Adaptar a interface e funcionalidade para que exista compatibilidade com dispositivos móveis.

  • Defeito de Confiabilidade

    • Descrição: O sistema bloqueia durante a entrada de dados dos pacientes.

    • Categoria: Confiabilidade.

    • Correção: Identificar e corrigir a causa-raiz do bloqueio.

 

Melhores Práticas na Utilização da Taxonomia de Defeitos

  • Documenta cada defeito com detalhes, incluindo a categoria, a descrição, o impacto e a solução encontrada.

  • Analisa regularmente os defeitos reportados, para identificar padrões e áreas problemáticas.

  • Treino da equipa de desenvolvimento e de testes na utilização da taxonomia, para garantir uma classificação consistente.

  • Utiliza ferramentas de gestão de defeitos que suportem a categorização e análise de defeitos.

  • Utiliza o feedback dos utilizadores e da equipa para refinar e melhorar a taxonomia de defeitos.


A taxonomia de defeitos é uma ferramenta valiosa para melhorar a eficiência e eficácia dos testes de software.

Permite uma identificação, classificação e priorização sistemática dos defeitos, facilitando a análise de padrões e a implementação de estratégias de melhoria contínua.

Ao aplicar uma taxonomia de defeitos de maneira consistente, as equipas de desenvolvimento podem garantir a entrega de software de qualidade, correspondendo melhor às necessidades dos utilizadores finais.

 
Anterior
Anterior

Análise de Modos de Falha e dos seus Efeitos

Próximo
Próximo

Tecnologia e Saúde Mental